Thursday, August 20, 2015

Hoje choveu. Depois de uma tarde quente, o vento gelado e úmido encheu a casa de um cheiro bom. Meu girassol está cada dia mais amarelo e as paredes menos brancas. Esse é o cenário da minha imaginação. O canto que me pertence, muitas vezes não parece meu. Sempre assisti a minha vida como um filme e são poucos os momentos em que percebo que aquela sou eu. Como se fosse uma distância infinita desse corpo que habito e dos pensamentos que me pertecem. Tudo que foi meu, sempre me pareceu parte de um instante arquitetado e construído para existir como meu somente nesse específico momento. Nunca estive segura, mas continuo tentando não me apegar. Faz tempo que não tenho escutado ensurdecedoramente, o silêncio. Carros, palavras, respiros são como música que eu escuto e também aprendi a ignorar. Todo esse universo que participo, eu vivencio como uma gota que vaga pelo cosmos, perdida e insignificante diante de tudo. E cada segundo parece poesia, jogada no espaço, esperando encontrar ou ser encontrada.

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