Friday, June 01, 2007

Sobre o tal do ciclo

Odeio os recalcados. Neuróticos por escolhas e babacas por nascimento. Salve salve os de boa vontade. Aceitando as idas e vindas dessa complexa rede de compreensão que é a humanidade. Eu aprendi a viver no artificial que é a mente humana. Se é daí que surge a arte não nego, aceito e solto um sorriso sincero para as reviravoltas que a vida e minha consciencia me proporciona.
Amor e ódio caminham lado a lado, separado pela indiferença, pela desilusão. Comemoro minha capacidade de transfigurar tudo isso rápido o bastante para manter a situação de felicidade que o amor me traz. Se é com os erros que a gente aprende, é aceitando a natureza ruim que cai no seu colo que a gente é feliz de verdade.
Como sempre, estava pensando na música, em como meu gosto foi volúvel durante muito tempo, até que se firmou onde teve seu início. Milhares de voltas para cair no mesmo lugar sem perceber e continuar por ali, com orgulho. Meu pai sempre gostou das coisas boas dos anos 60, tive o rock vindo dos meus primos e entrando por meus ouvidos até me acostumar. Minha infância foi rodeada de música boa, mas passei para a maldita adolescência me perdendo no tal do indie que não encontrava ninguém que gostava na época que os core da vida permeavam meu meio social. Encontrei meus amigos com gostos similares, me achei no estilo de vida que o tal estilo de música pregava e achava tudo cool demais.
Mas a vida da voltas, e minhas raízes depressivas que influenciaram no estilo indie que me satisfazia reclamaram muito quanto os the alguma coisa se enquadravam naquele tom musical que antes me parecia depressivo e nostálgico como eu sempre gostei. Então perdi o tesão. Me vi perdida meio a um batalhão de nomes e influências que não me faziam mais sentido, que não me explicavam mais como antes.
Então fui procurar em alguma coisa algo que fizesse sentido. Achei nos carinhas bucólicos e nos texanos uma poesia para me explicar. E fez sentido e me trouxe sentido mais uma vez. Mas não parou aí, os anos foram passando e a psicodelia da vida adulta que ainda não se encaixa foi procurando algo para não perder o toque de lirismo do artificialismo artístico. Veio o show do flaming lips. E depois roger waters. Cores e viagens lisérgicas trazidas por vídeos coloridos e fantasia surreais. Meu conflito interno se sentiu menos conflitante e minha busca se acalmou.
Estou nessa, por enquanto, encontrando paz com nomes como Bob Dylan, Iron and Wine, Flaming Lips, Roger Waters ou Pink Floyd, Johnny Cash, James Taylor, Donnovan, Belle and Sebastian, Led, Beatles, Mammas and the Papas e coisas desse tipo. Anos 60, 70 e suas influencias e uma vontade tremenda de sair dessa década absurda e voltar em um tempo que eu não cheguei nem perto de assistir. Nostalgia do desconhecido, Daniella em outras palavras.
Daqui a pouco o revirão (esse é o tal ciclo) da a revirada de novo e isso muda, por mais incoerente que isso me parece nesse momento exato, eu tenho a consciencia do que vai acontecer e seja eu forte para não me desiludir e desencantar, pelo menos não tão cedo. Não vou me maquiar de recalcada e forçar a barra para continuar em porra nenhuma. Mas o momento é bom, e queira seja-lá-quem que os tempos de ressaca não venham tão rápido.

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