Monday, December 01, 2008

Just a child with nothing to loose but her mind

Venho tentando mudar. Não, não estou procurando um estado de espírito ou modelo pré-definido para me estabelecer, this wouldn´t be me at all. Mas ultimamente acredito que só se evolui mudando, que não é possível ser alguém melhor se continuarmos estáticos. Que deve-se ir experimentando o mundo e a nós mesmo para sempre, sempre à procura do melhor (do mundo e de nós mesmos).
Minha ânsia pelo diferente me fez sentir que Juiz de Fora diminuiu de tamanho, vem me sufocando. Pensei muito em você e lendo suas linhas pensei nisso ainda mais, sempre. Você - que pensa em amarras e asas, mas que sabe que nada disso vai conseguir te impedir de voar.
Eu sei, e me irrito com isso, é que eu tenho medo. Eu que sempre tagarelo no ouvido dos outros para não ter medo de nada, eu é que sou uma menininha apavorada. Não sei explicar, não é um temor certo e descritivo; na verdade, às vezes me parece meio subconsciente, porque procuro e não acho esse medinho dentro de mim para entendê-lo e arrancá-lo de lá. Ele vai só me atrasando, me fazendo ser ainda mais enrolada do que eu já sou. Minha monografia é um exemplo patético disso. Tudo bem, eu posso dizer sempre que não foi culpa minha, que as órbitas se alinharam e que a armação do território para finalizar minhas fotos só aconteceram poucos dias antes da data marcada para entrega. Mas se eu realmente quisesse, é claro que teria como eu dar jeito (como sempre fiz) de deixar pronto de última hora (e ainda ficar bom).
Eu vejo/acho que foi propositalmente deixado para o semestre que vem para eu ganhar (ou seria perder?) mais um semestre da minha vida do jeito que está. Nunca tinha pensado nisso antes e, talvez se tivesse, teria feito alguma coisa para mudar. Mas não deu, não fiz e já era. Só ano que vem. Meu próprio trabalho às vezes me faz pensar que é outra forma de enrolar um pouco para pular de vez na vida. Tudo bem que gosto de lá, meus chefes gostam de mim, eu estou trabalhando com fotografia, mas even so... It is a temporary job e se eu não colocar isso na cabeça, posso me deixar enraizar e ficar por isso mesmo. Além da dúvida óbvia e revoltante: "por que não arranjei isso antes, quando não tinha escapatória e ficaria por aqui de qualquer maneira?"; eu, sempre enrolando. Me formar semestre que vem me deixa mais um tempo para continuar no que já está ali, fácil e em minhas mãos. Mas, pensa bem, eu que sempre achei melhor dois pássaros voando...

Parei dois segundos para pensar e olha só... meus medos. Sempre deles que falo aqui, medo de mudar, medo de enloquecer, medo de perder. Eu que prego o desapego e tento isso todos os dias! Quando poderei me desapegar de vez, se me sinto tão dependente do resto do mundo? Difícil. (Cabe aí mais um conselho para você de novo: como te disse o desapego lhe foi ensinado e foi o melhor presente que alguém poderia lhe dar. Não negue-o e nem tente aprender a se apegar, "já estão acontecendo...").
Eu com tantos conselhos para dar, preciso aprender a me ouvir. Acho que se escrevo é para isso. Já que não ouço o que me digo, que ao menos eu leia minhas próprias cartas.

[pensamentos cortados, ainda não organizei minha cabeça, espero que um dia ajude a fazer sentido, senão não teria motivo]
[e para você: obrigada sempre por contar comigo e escutar a voz da razão de alguém que não a tem, por conjecturar comigo e me fazer pensar]

Wednesday, November 12, 2008

amazing journey

Eu sempre brinco que eu sou meio doida, às vezes completamente. Esses dias entrei numa paranóia meio doida de que eu já tinha pirado de vez. E havia toda uma conspiração do bem entre as pessoas que gostam de mim; meio que para eu não sacar minha loucura e viver bem e um pouco para tentar me ajudar a acordar.
É lógico que eu ainda não pirei de vez, e provavelmente fiquei nessa meia loucura pro resto da minha vida. Já entendi que foi uma bad trip e que ninguém tem tanta paciência assim. Mas é bizarro pensar em como a nossa cabeça pode nos fazer chegar à conclusões assim e ter dúvidas sobre a relidade.
Na hora é logico que foi desagradável e bolante pensar isso, mas olhando para trás me fez rever algumas coisas e mais que isso me fez ter vontade de fazer mais sentido. De me encaixar um pouco, porque nessa ânsia de me deslocar da sociedade/realidade que eu vivo, eu não tinha parado para pensar que se jogar para fora é um pouco perigoso e que são dos passos pequenos que eu preciso. Eu preciso mais do que qualquer coisa da calma que eu tenho canalizada um pouco em mim; já que eu gasto tudo que tenho no mundo de fora. Para suportar o que eu não aceito, eu uso a minha calma, mas para entender a mim mesma por dentro, para compreender de que afinal eu sou feita é que eu deveria usar melhor esse atributo.
Preciso começar a me organizar, não das coisas, mas dos pensamentos, dos planos, desejos, etc. Preciso entender que para se achar, não basta estar perdida antes. É melhor que eu tenha para onde caminhar. Que nada é fácil, como eu já sabia, mas que podem ser ainda mais difícil.

Sickness will surely take the mind where minds can´t usually go come on the amazing journey and learn all you should know...

Monday, October 13, 2008

I never mean to make sense, anyway

Então, desde a última vez que estive por aqui para falar de mim, bastante coisa mudou. Eu estava meio sem chão, tentando me afirmar sem medo do futuro, num momento de ócio absoluto, quando não fazia nada da minha vida.
Como sempre acontece comigo, de um instante para outro minha vida virou de cabeça para baixo e meus medos mudaram. Arranjei um emprego, carteira assinada, alguma coisa de futuro (eu acho). Estou trabalhando como fotógrafa em um estúdio, coisa que já há muito tempo achava que nunca faria. A maioria de meus modelos são crianças, o que é sempre uma diversão para mim. Fico de 9 às 19 e já não tenho mais meu tempo livre de antes. Meus dias não são mais tão divertidos, mas não vou negar que estou achando piece of cake trabalhar, sendo com uma coisa que eu gosto...
Hoje dei uma encaminhada em minha monografia, o que já me dá mais vários dias para não pensar no assunto e tira uma pendência de minhas costas. Ainda não sei o que vai ser de mim e parece que passei em um concurso, mas o resultado mesmo só sai ano que vem, então nunca se sabe.
Só sei que não me sinto mais em débito com o mundo, mas me amedronto diante da possibilidade de ser isso mesmo. De a minha vida tomar um rumo e acabar sendo como sempre afirmei que não seria. Posso estar fazendo tempestade em um copo d´água, mas se não fizesse, não seria eu, não é mesmo?
Meus amigos ainda são os mesmos, que ficarão, eu bem sei. Às vezes tenho medo que me esqueçam, que se cansem ou que se mudem. Não tem muito que eu possa fazer senão deixar ao tempo a resposta. Meu amor me acompanha e me faz bem, mas isso não impede que eu ainda tenha milhares de anseios sobre o que será de nós dois. Parece que o futuro tá chegando e tenho medo de momentos decisivos. Jajá ele vai embora e, tanto eu como ele, não podemos ter certeza de que ele volta. Pelo menos não para mim. Sou insegura mesmo e não tem cura, só posso é esconder um pouco isso como sempre fiz, para poder me mostrar um pouco da força que não tenho.
Os livros que eu lia estão parados, esperando por um pouco mais de tempo, ou pelo menos que eu me acostume com a idéia de não ter mais minha vida inteira com cada minuto para viver. Estou voltando a me cuidar um pouco, uma vez que tinha me largado um pouco de lado, nessa história de fazer os outros ficarem bonitos em fotos.
Não sei também se tenho mais o que falar, mas "não tenho" mais tempo para ficar perdendo pensando em o que posso falar, em quais palavras ficariam melhor em cada frase que estou escrevendo. Esse tempinho que me sobrou eu vou usar para dormir, terminar meus livros, mimar meu namorado, ser feliz com meus amigos, passar mais tempo com minha família, ver heroes, pintar minhas unhas, whatever.

Tuesday, September 23, 2008

society

















It's a mistery to me
we have a greed
with which we have agreed
You think you have to want
more than you need
until you have it all you won't be free
society, you're a crazy breed
I hope you're not lonely without me
When you want more than you have
you think you need
and when you think more than you want
your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
'cos when you have more than you think
you need more space
society, you're a crazy breed
I hope you're not lonely without me
society, crazy and deep
I hope you're not lonely without me
there's those thinking more or less less is more
but if less is more how you're keeping score?
Means for every point you make
your level drops
kinda like its starting from the top
you can't do that...
society, you're a crazy breed
I hope you're not lonely without me
society, crazy and deep
I hope you're not lonely without me
society, have mercy on me
I hope you're not angry if I disagree
society, crazy and deep
I hope you're not lonely without me

Thursday, September 11, 2008

Sobre o que tenho medo

Eu não tenho me de ser demitida, eu não tenho nenhum emprego para perder. Eu não tenho medo de não ter dinheiro no futuro, porque não tenho um centavo no bolso, agora. Eu não tenho medo de não ter onde morar, porque eu mal tenho um quarto hoje. Eu não tenho medo de não me encontrar, já que eu sempre fui perdida mesmo. Eu tenho medo é do desconhecido, porque é só isso que eu tenho frente aos meus olhos fracos. Tenho medo do dia em que minha vida vai tomar um sentido e que vou escolher então pra qual lado eu vou entrar.
Eu tenho medo de mudar, de me tornar tudo aquilo que eu nego. De deixar de acreditar no que eu acredito e acreditar no que é fácil, no que está aí. E me tornar mais um robôzinho sem sabor, perder minha condição de única, de parar de perceber a condição de únicos dos outros. Eu tenho medo de cansar da subversão e deixar o mundo se acabar sem fazer nada para segurar a onda. Ficar cega no meu canto, tampando meus olhos com a violência estampada no jornal só para ter motivos para não sair de casa criando o medo na minha própria cabeça e para proteger o que não importa e não ver o que está na minha frente, gritando por mudança.
Hoje eu decidi fazer alguma coisa, falar sobre o que eu sei, sobre o que eu penso, começar agora antes que o recalque ganhe sobre mim. Espere por novos contatos e por um espaço onde pode-se acreditar em coisas melhores. Onde estejam reunidas pessoas que cansaram disso tudo, que não suportam mais não terem voz. Esperem por nosso lugar de gritar.




Thursday, August 28, 2008

cat

There’s a dream that I see, I pray it can be
Look cross the land, shake this land
A wish or a command
A Dream that I see, don’t kill it, it’s free
You’re just a man, you get what you can

We all do what we can
So we can do just one more thing
We can all be free
Maybe not in words
Maybe not with a look
But with your mind

Listen to me, don’t walk that street
There’s always an end to it
Come and be free, you know who I am
We’re just living people

We won’t have a thing
So we’ve got nothing to lose
We can all be free
Maybe not with words
Maybe not with a look
But with your mind

You’ve got to choose a wish or command
At the turn of the tide, is withering thee
Remember one thing, the dream you can see
Pray to be, shake this land

We all do what we can
So we can do just one more thing
We won’t have a thing
So we’ve got nothing to lose
We can all be free
Maybe not with words
Maybe not with a look
But with your mind

But with your mind

Monday, August 11, 2008

Just to up to date

faz tempo que não venho aqui, não escrevo nada. Não que eu tenha algo de interessante guardado para falar, mas acho que tem faltado um pouco na minha vida de largar umas palavras soltas e esvaziar minha cabeça escrevendo.
Minha vida está uma correria, mesmo eu não tendo nenhum compromisso super importante com nada; estou monografando, ou pelo menos iniciando essa fase, ja que só hoje entreguei o tal do "aceite" com o anteprojeto para a faculdade (sei lá para quem que isso vai, ou se alguém vai realmente ler, aposto que não).
Caí de paraquedas num projeto do Cris (ou Cristiano Rodrigues), só para tirar umas fotos e acabei ficando. Achei ótimo, já que ainda por cima ele me resignou para continuar com as fotos e trabalhar na área de produção de moda. Estou adorando, apesar de não estar efetuada como bolsista e então não recebendo nada por isso.
Tirando algumas idéias a mais que eu tive, é só isso que têm sido de mim. Já tive algumas crises, essa coisa de formar e ser jogada ai ao mercado é meio assustadora. Principalmente quando a idéia é formar e mudar para o Rio e me jogar ainda mais por lá.
Enquanto isso estou treinando o desapego, (como diria a Natinha) para acreditar mais e pensar menos. Sempre funciona.

Tuesday, July 08, 2008

happiness is a warm gun

Fim de semana foda, em Simão Pereira, comemorando o aniversário do Nava, rodeados de amigos.

Tuesday, May 27, 2008

do not worry

Me adoeci, perdi o juízo, já não preocupo. Não tenho razões de me preocupar com nada, não quero e ainda tenho quem cuida de mim. Posso ser mimada, mas não pedi por isso. Só quis paz e encontrei. Tenho quem amo por perto e não odeio mais ninguém, e quem não gosto, nem lembro mais que existe, então não existe.
Aprendi a não me preocupar com coisa alguma e agora já não consigo ter preocupações, tudo ao tempo se resolve e minha vida sempre se encaixou fácil; faço uma faculdade sem dor de cabeça, nunca estou lá e não preciso; meu namorado é perfeito pra mim, meus amigos então, a cereja do bolo; minha família me deu tudo que eu precisaria materialmente e abstratamente para ser feliz e me sentir amada.
Escolhi a paz. Não quero mal a ninguém e torço para que ninguém mais que queira meu mal se lembre de mim. Estou na minha, me deixem cá.

Um sorriso doce pra você, seja quem for.

Wednesday, May 07, 2008

I totally agree



So... I guess is it: FUCK YOU

Tuesday, April 15, 2008

Se eu fosse você, eu leria

"...
O FALSO CENTRO

O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.

Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso.
Nascimento significa vir a este mundo, o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce neste mundo. Ela abre seus olhos, vê aos outros. O "outro" significa o tu. Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Este também é o outro, também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É desta maneira que a criança cresce.
Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que esta pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se ela aprecia a criança, se diz: "Você é bonita", se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Agora um ego está nascendo. Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ela não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito.
E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida; sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é o ego. Isso também é um reflexo.
Primeiro a mãe - e mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas. O ego é um fenômeno acumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não. O verdadeiro pode ser conhecido somente através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ela é uma disciplina. O verdadeiro pode ser conhecido somente através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.
O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá para a escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estão adicionando algo ao seu ego, e todos estão tentando modificá-lo, de tal forma que você não se torne um problema para a sociedade. Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade.
A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Ela não está interessada no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhe que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão. Assim, estão tentando dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajustará à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro.
É por isso que colocamos os criminosos nas prisões - não que eles tenham feito alguma coisa errada, não que ao colocá-los nas prisões iremos melhorá-los, não. Eles simplesmente não se ajustam. Eles criam problemas. Eles têm certos tipos de egos que a sociedade não aprova. Se a sociedade aprova, tudo está bem.
Um homem mata alguém - ele é um assassino. E o mesmo homem, durante a guerra, mata milhares - e torna-se um grande herói. A sociedade não está preocupada com o homicídio, mas o homicídio deveria ser praticado para a sociedade - então tudo está bem. A sociedade não se preocupa com moralidade. Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade.
Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao autoconhecimento. A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível. E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que este é o seu centro, o ego dado pela sociedade.
Uma criança volta para casa - se ela foi o primeiro aluno de sua classe, a família inteira fica feliz. Você a abraça e a beija, e você coloca a criança no colo e começa a dançar e diz: "Que linda criança! Você é um motivo de orgulho para nós." Você está dando um ego a ela. Um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, um fiasco - ela não pode passar, ou ela tirou o último lugar - então ninguém a aprecia e a criança sente-se rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado. O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. É por isso que você está continuamente pedindo atenção.
EGO, Esse centro é falso, porque você contém o seu centro verdadeiro. Este não é da conta de ninguém. Ninguém o modela, você vem com ele. Você nasce com ele. Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Este é o eu. E o outro centro, que lhe é dado pela sociedade - o ego. Ele é algo falso - e é um grande truque. Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente então a sociedade o aprecia. Você tem que caminhar de uma certa maneira: você tem que rir de uma certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente então a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, quem você é. Os outros lhe deram a idéia. Essa idéia é o ego.
Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a menos que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu. E lembre-se, vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará despedaçado, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo, quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos.
Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas.
Até mesmo o ser infeliz lhe dá uma sensação de "eu sou". Afastando-se disso, o medo toma conta; você começa a sentir medo da escuridão desconhecida e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte do seu ser... É o mesmo que penetrar em uma floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Aqui tudo está bem; você planejou tudo. Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que você possa se sentir em casa ali.
E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo. Além da cerca você é, tal como dentro da cerca você é - e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto.
Precisamos ser ousados, corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido. Por um certo tempo, todos os limites ficarão perdidos. Por um certo tempo, você vai sentir-se atordoado. Por um certo tempo, você vai sentir-se muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas. Esta é a sua alma, o eu.
Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos; nasce uma nova ordem. Mas esta não é a ordem da sociedade - é a própria ordem da existência. É o que Buda chama de Dharma, Lao Tsé chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência.
Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas. A diferença é a mesma que existe entre uma flor verdadeira e uma flor de plástico ou de papel. O ego é uma flor de plástico, morta. Não é uma flor, apenas parece com uma flor. Até mesmo lingüisticamente, chamá-la de flor está errado, porque uma flor é algo que floresce. E essa coisa de plástico é apenas uma coisa e não um florescer. Ela está morta. Não há vida nela. Você tem um centro que floresce dentro de você. Por isso os hindus o chamam de lótus - é um florescer. Chamam-no de o lótus das mil pétalas. Mil significa infinitas pétalas. O centro floresce continuamente, nunca para, nunca morre. Mas você está satisfeito com um ego de plástico. Existem algumas razões para que você esteja satisfeito. Com uma coisa morta, existem muitas vantagens. Uma é que a coisa morta nunca morre. Não pode - nunca esteve viva. Assim você pode ter flores de plástico, e de certa forma elas são boas. Elas são permanentes; não são eternas, mas são permanentes. A flor verdadeira, a flor que está lá fora no jardim, é eterna, mas não é permanente. E o eterno tem uma maneira própria de ser eterno. A maneira do eterno é nascer muitas e muitas vezes... e morrer. Através da morte, o eterno se renova, rejuvenesce.
Para nós, parece que a flor morreu - ela nunca morre. Ela simplesmente troca de corpo, assim está sempre fresca. Ela deixa o velho corpo e entra em um novo corpo. Ela floresce em algum outro lugar, nunca deixa de estar florescendo. Mas não podemos ver a continuidade porque a continuidade é invisível. Vemos somente uma flor, outra flor; nunca vemos a continuidade. Trata-se da mesma flor que floresceu ontem. Trata-se do mesmo sol, mas em um traje diferente.
O ego tem uma certa qualidade - ele está morto. É de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não o precisa procurar; a busca não é necessária para ele. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente uma parte da multidão. Você é apenas uma turba. Quando você não tem um centro autêntico, como você pode ser um indivíduo? O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu.
E por isso você é tão infeliz.
Com uma vida de plástico, como você pode ser feliz? Com uma vida falsa, como você pode ser extático e bem-aventurado? E esse ego cria muitos tormentos, milhões deles. Você não pode ver, porque se trata da sua escuridão. Você está em harmonia com ela. Você nunca reparou que todos os tipos de tormentos acontecem através do ego? Ele não o pode tornar abençoado; ele pode somente torná-lo infeliz.

O ego é o inferno."

OSHO - Extraído do livro "Além das Fronteiras da Mente"

Friday, April 11, 2008

uma aprendizagem

"O que também salvara Lóri é que sentia que se o seu mundo particular não fosse humano, também haveria lugar para ela, e com grande beleza: ela seria uma mancha difusa de instintos, doçuras e ferocidades, uma trêmula irradiação de paz e luta, como era humanamente, mas seria de forma permanente: porque se o seu mundo não fosse humano ela seria um bicho. Por um instante então desprezava o próprio humano e experimentava a silenciosa alma da vida animal.
E era bom. "Não entender" era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez.
Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela não entendia. Embora no fundo não quisesse compreender. Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado. Compreender era sempre um erro - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros do não-entender. Era ruim, mas pelo menos se sabia que estava em plena condição humana.
No entando às vezes adivinhava. eram manchas cósmicas que substituíam entender"

Clarice Lispector

(porque o que eu mais aprendo lendo o livro da aprendizagem é como ela era mulher e meu antigo preconceito contra ela se foi, porque ela diz de mim coisas que nunca me houveram palavras para expressar, e eu morro em cada frase um pouquinho)



e é tudo culpa da Nat, que é coisa linda, personificação de poesia. Lindo também, é conhecer você e poder aprender tanto com seu jeito ainda mais manso e sincero de ser. Obrigada por ser assim.

Tuesday, April 08, 2008

Babylon




I-man serve Selassie I continually. No matter what the weak heart say. And I know that I & I is like a tree, plant by the river of water, and not even the dog that piss against the wall of Babylon shall escape this judgment. For I & I know that all of the youth shall witness the day that Babylon shall fall!

Tuesday, April 01, 2008

sobre um nada que me preocupou

Ontem eu tive um acesso de ansiedade. Não sei bem o que houve. Às vezes era a falta do remédio, tanto tempo tomando, pra tirar a porra da ansiedade para não comer, que deve estar fazendo efeito na minha ansiedade original. Repensei algumas coisas, meu futuro está tranquilo, ainda acredito no que me firmei a acreditar e montar como planos, mas me vi em duvidas com algumas certezas absolutas, e tremi. Não que eu precise ter certeza de tudo, mas não tou pronta para esse tipo de auto-questionamento. Não ainda. Acho melhor me entreter e enrolar essas decisões para uma próxima temporada. SHIT.

Friday, March 14, 2008

best thing in the world

I found peace

Acho que encontrei meu pedaço de direito, ainda não o tenho, mas já sei o que é. Como sempre imaginei que fosse, eu só quero a calma. E, babe, eu vou ter! I got the masterplan.

Tuesday, March 04, 2008

primeiro livro do ano

"Será isso a liberdade? Ele agiu, agora não pode mais voltar atrás; deve parecer-lhe estranho sentir atrás de si um ato desconhecido, que ele já quase não compreende e que vai transformar-llhe a vida. Eu, tudo o que faço, faço por nada; dir-se-ia que me roubam as conseqüencias de meus atos, tudo se passa como se eu pudesse sempre voltar atrás. Não sei o que não daria para cometer um ato irremediável."
J. P. Sartre - A idade da razão

Acabei de ler hoje, agora, na verdade. O livro me irritava, sentia ódio de Sartre e não compreendia porque ele ofuscava tanto o Camus, que, para mim, era mil vezes melhor. E ainda é, diga-se de passagem. Mas eu compreendi ao final do livro. Como a vida cumpre-se de dar o tom final às necessidades. Como a liberdade me pareceu algo à que se procurar, e como os tais libertos da modernidade são presos a conceitos antigos e facetas ridículas. O pederasta soube se fazer digno, e o falso digno que tanto me irritava com suas convicções patéticas, se fudeu.





Agora não sei se vou para o Grande Gatsby ou continuo nos caminhos da liberdade e tento colocar um pouco mais ainda de existencialismo na minha vida. Whatever, a noite antes de dormir, decido.


Thursday, January 31, 2008

No more poor little miss

Hoje aproveitei para reler um pouco do que não lia a muito tempo. Coisas minhas, passado que foi passado e,às vezes, surge à lembrança, mostrando que a gente nunca esquece.
Estive tentando entender por onde eu estive. Todos os caminhos que eu escolhia e as pessoas que estavam do meu lado durante essa caminhada. Muitos se foram. Sinto falta de quase todos, mesmo dos que me fizeram sofrer, esses que não deveriam. Todos tiveram seus momentos. Sorrisos, esporádicos ou freqüentes, pelo menos algum, todos eles me trouxeram.
E o quanto aprendi. Não se pode esquecer e eu não esqueço. Falo tímida para mim mesma, para não ser má-compreendida. Mas eu agradeço a todos. Que estiveram presentes no filme que é a minha própria vida e que filme com meus olhos e coração. Todos que tiveram uma linha ligada a minha rede de vida, eu agradeço. Pela participação e pelo aprendizado.
Não existe pessoa alguma que não me tenha trago alguma coisa. Aprendi com todas, algumas através de sofrimento, outras alegria e, na maioria das vezes, através de ambos. E o quando eu tenho agradecer?! Penso bem, reflito e sorrio. Não é pouco. Eu já fui mais uma, querendo o que todo mundo quer. Pensando que o simples era o que ja estava ali e eu só não alcançava.
Aprendi que aquilo tudo não era para mim. Na verdade aquilo nada. Por tudo que a ânsia vinha em minha boca, nada daquilo hoje me importa. Eram caminhos fixos, presos nas bases da realidade fria e sem graça.
Ruminei a dor por muito tempo. Fiz dela minha grande companheira e a única que no final estaria ali, não me abandonaria. Só através dela me sentia viva e com ela juntava as palavras de forma a criar frases que nem eu acreditava serem minhas. Mas que é isso?
Hoje mal escrevo. Linhas tortas e porcas só pra expor um ponto de vista que fica preso na garganta de meus dedos. Toda aquela tristeza profunda e dor de mundo que não passava... Não importa mais nada. Me jogaram no canto sujo da tela e, desolada, pude ver o que importa. O que me importa.
Tudo agora é mais simples. O bucolismo me atraí como nunca, já odeio cidades e sociedades e tudo aquilo que era tudo há um tempo atrás. Sei que vou ser feliz, já não tenho medo do futuro, ele que se proteja de mim. O que eu quero não depende de muita coisa, e minha vida não está nas mãos de alguém, como sempre esteve. Não tenho mais rivais, deixe cada uma delas e cada um deles viver sua vida da maneira que bem achar melhor, já não me afeta.
Aprendi que solidão é uma merda, mas ter algum ser humano do lado não quer dizer estar acompanhada. Aprendi que sempre vai ter alguém que preste na sua vida, não importa a merda em que você esteja. E que os bons amigos estarão lá, venha o que vier. Aprendi que mal todo mundo faz, então já não ligo para más intenções, às vezes elas nem existem.

Por mais que ainda não tenha encontrado nem metade do que irá ser parte de mim, não estou mais perdida. Não existe mais desespero de ser encontrada, nem olhos triste, fitando o chão. Aliás, perder-se agora tem toda uma nova conotação para mim. Tudo que eu quero é me perder nesse universo de sentimentos e pensamentos e coisas que nem ao menos temos palavras para nomear para que se possa citar. Posso me sentir em casa, em qualquer lugar, e isso é ter-me encontrado perdida. Encontrei o meu lugar em mim, mas me perco nesse mundo, onde nunca mais quero ser encontrada.