Thursday, January 31, 2008

No more poor little miss

Hoje aproveitei para reler um pouco do que não lia a muito tempo. Coisas minhas, passado que foi passado e,às vezes, surge à lembrança, mostrando que a gente nunca esquece.
Estive tentando entender por onde eu estive. Todos os caminhos que eu escolhia e as pessoas que estavam do meu lado durante essa caminhada. Muitos se foram. Sinto falta de quase todos, mesmo dos que me fizeram sofrer, esses que não deveriam. Todos tiveram seus momentos. Sorrisos, esporádicos ou freqüentes, pelo menos algum, todos eles me trouxeram.
E o quanto aprendi. Não se pode esquecer e eu não esqueço. Falo tímida para mim mesma, para não ser má-compreendida. Mas eu agradeço a todos. Que estiveram presentes no filme que é a minha própria vida e que filme com meus olhos e coração. Todos que tiveram uma linha ligada a minha rede de vida, eu agradeço. Pela participação e pelo aprendizado.
Não existe pessoa alguma que não me tenha trago alguma coisa. Aprendi com todas, algumas através de sofrimento, outras alegria e, na maioria das vezes, através de ambos. E o quando eu tenho agradecer?! Penso bem, reflito e sorrio. Não é pouco. Eu já fui mais uma, querendo o que todo mundo quer. Pensando que o simples era o que ja estava ali e eu só não alcançava.
Aprendi que aquilo tudo não era para mim. Na verdade aquilo nada. Por tudo que a ânsia vinha em minha boca, nada daquilo hoje me importa. Eram caminhos fixos, presos nas bases da realidade fria e sem graça.
Ruminei a dor por muito tempo. Fiz dela minha grande companheira e a única que no final estaria ali, não me abandonaria. Só através dela me sentia viva e com ela juntava as palavras de forma a criar frases que nem eu acreditava serem minhas. Mas que é isso?
Hoje mal escrevo. Linhas tortas e porcas só pra expor um ponto de vista que fica preso na garganta de meus dedos. Toda aquela tristeza profunda e dor de mundo que não passava... Não importa mais nada. Me jogaram no canto sujo da tela e, desolada, pude ver o que importa. O que me importa.
Tudo agora é mais simples. O bucolismo me atraí como nunca, já odeio cidades e sociedades e tudo aquilo que era tudo há um tempo atrás. Sei que vou ser feliz, já não tenho medo do futuro, ele que se proteja de mim. O que eu quero não depende de muita coisa, e minha vida não está nas mãos de alguém, como sempre esteve. Não tenho mais rivais, deixe cada uma delas e cada um deles viver sua vida da maneira que bem achar melhor, já não me afeta.
Aprendi que solidão é uma merda, mas ter algum ser humano do lado não quer dizer estar acompanhada. Aprendi que sempre vai ter alguém que preste na sua vida, não importa a merda em que você esteja. E que os bons amigos estarão lá, venha o que vier. Aprendi que mal todo mundo faz, então já não ligo para más intenções, às vezes elas nem existem.

Por mais que ainda não tenha encontrado nem metade do que irá ser parte de mim, não estou mais perdida. Não existe mais desespero de ser encontrada, nem olhos triste, fitando o chão. Aliás, perder-se agora tem toda uma nova conotação para mim. Tudo que eu quero é me perder nesse universo de sentimentos e pensamentos e coisas que nem ao menos temos palavras para nomear para que se possa citar. Posso me sentir em casa, em qualquer lugar, e isso é ter-me encontrado perdida. Encontrei o meu lugar em mim, mas me perco nesse mundo, onde nunca mais quero ser encontrada.