Monday, July 12, 2010

as coisas como estão

fiquei alguns segundos fitando esse notepad em branco. tenho a necessidade de escrever e milhares de frases prontas na minha cabeça, mas na hora de colocar pra fora, todas se escondem em algum canto que não sei achar. Fico deitada no puff analisando a decoração da varanda e todo dia mudo algum detalhe, algo como que faço com minha vida. Às vezes a reposta seria comprar tudo novo, ou mudar completamente minha vida, mas eu ainda gosto e me aconchego do jeito que estão.
Eu sempre aprendi a ter paciência na marra mesmo; todas as vezes que esperei por alguém ou fingi esperar por uma oportunidade melhor. Mas a verdade é que pouquíssimas vezes as pessoas realmente chegam e as oportunidades menos ainda. Talvez no fundo eu saiba que era eu que devia estar indo atrás, mas gosto sempre de esperar pelos sinais que o destino me mostra quando se cansa de esperar e decide por mim o que fazer. Ele sempre me pareceu ter razão, além do mais nunca fui segura o bastante pra tomar as rédeas da vida num impulso mais forte.
2009 acabou com o meu pedido de se esquecer e nunca mais voltar lembranças, resquícios ou arrependimentos. Passou. Nesse ano resolvi mudar pra poder deixar tudo aquilo para trás e agora estou aqui, na minha casa, que aos pouquinhos vou montando e mantendo com o dinheiro que ganho no trabalho que ainda tenho que ouvir que não é bom o bastante pra mim. Ora, eu gosto de ter o dia inteiro pra mim, para pensar, fazer nada, deitar na varanda e tomar sol de pijama. Nunca aspirei à carreiras prolongadas e sempre esperei alguem enchergar um potencial em qualquer coisa em mim. Foi assim que achei o amor da minha vida e falo que não tenho a reclamar, tenho meu par, meu companheiro e nem fui eu quem achou, acabei bem sendo achada.
Passo essa tarde esperando pelo nosso armário que faz mais de mês que compramos. Meio que para poder organizar de fato nossas coisas, poder colocar minhas fileiras de vestidos cinzas ao lado das camisetas que eu dei, colocar meus sapatinhos e botas ao lados dos tênis dele. Arrumar nossa roupa de cama e poder trocar toda semana por alguma mais cheirosa e confortável para dormirmos abraçados. Tem dois quartos vazios para mobiliar e decorar pra daqui uns 5 anos, quando me formar de novo, levar tudo embora pra qualquer lugar que ele queira ir. Às vezes penso no rio, mas na verdade queria ir mais longe, mas deixo pra ele decidir, porque o que eu sempre quis mesmo eu já tenho, que é ele aqui, comigo.
Minha roomate tá lá no andar de baixo, varrendo a sala cheia de isopor dos puffs e enchendo a casa com a gente. Sempre gostei de dividir mais do que o normal e gosto de ter mais alguém que gosto para dividir o canto que seria pra ser só meu. A rotina vai caminhando e sendo divertida do jeito que está. Mês que vem eu fico sem tempo, mas sempre vai ter uns minutinhos sobrando para festa.
Um dia desses muda mais essa fase e eu vou pra longe, voar pra onde ainda não sei, pra acabar voltando depois, pra qualquer outro lugar.