Thursday, September 11, 2008

Sobre o que tenho medo

Eu não tenho me de ser demitida, eu não tenho nenhum emprego para perder. Eu não tenho medo de não ter dinheiro no futuro, porque não tenho um centavo no bolso, agora. Eu não tenho medo de não ter onde morar, porque eu mal tenho um quarto hoje. Eu não tenho medo de não me encontrar, já que eu sempre fui perdida mesmo. Eu tenho medo é do desconhecido, porque é só isso que eu tenho frente aos meus olhos fracos. Tenho medo do dia em que minha vida vai tomar um sentido e que vou escolher então pra qual lado eu vou entrar.
Eu tenho medo de mudar, de me tornar tudo aquilo que eu nego. De deixar de acreditar no que eu acredito e acreditar no que é fácil, no que está aí. E me tornar mais um robôzinho sem sabor, perder minha condição de única, de parar de perceber a condição de únicos dos outros. Eu tenho medo de cansar da subversão e deixar o mundo se acabar sem fazer nada para segurar a onda. Ficar cega no meu canto, tampando meus olhos com a violência estampada no jornal só para ter motivos para não sair de casa criando o medo na minha própria cabeça e para proteger o que não importa e não ver o que está na minha frente, gritando por mudança.
Hoje eu decidi fazer alguma coisa, falar sobre o que eu sei, sobre o que eu penso, começar agora antes que o recalque ganhe sobre mim. Espere por novos contatos e por um espaço onde pode-se acreditar em coisas melhores. Onde estejam reunidas pessoas que cansaram disso tudo, que não suportam mais não terem voz. Esperem por nosso lugar de gritar.




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