Tuesday, February 28, 2012

all the possible worlds

Não quis dizer de primeira. Fez como se fosse fazer uma pausa dramática e desistiu. Não era a primeira vez que guardava dentro de si tudo que estava explodindo em sua garganta para fora. Mais uma vez pensou demais, criou fantasmas e desenterrou motivos para deixar para lá. O correr da vida faz passar, pensa.
Perdidas entre seus pensamentos, memórias e idéias, vagam muitas coisas que ficam só. Talvez um dia pulem para fora num falar desgovernado, ou se montem aos poucos num papel digital de modo enigmático e pouco conclusivo. Tem coisa que não se divide, ou não se deve proferir.
O tempo sempre apaga a força e a vida tem em seu papel, a obrigação de se fazer esquecer, ou se superar, ou apenas mudar as importâncias oufrequencias. Nada disso dói mais e, talvez, essa seja a explicação para muita coisa. Esquece-se de si ou da pessoa que poderia ter sido se tivesse ido por aquele caminho que fugiu de suas mãos, ou do qual fugiu, por qualquer motivo que seja.
Faz de si um emaranhado de escolhas e soluções, muitas vezes tardias, moldando cada ruga ou cova de seu rosto. Impossível saber qual, dentre todos os mundos possíveis é o seu, ou qual teria sido mais confortável, fácil e estável de se ter seguido. Ora sente o peso de cada pequena escolha, ora abre um sorriso imenso frente ao que se tem ou se é.
Talvez não exista mesmo essa coisa de calma, que sempre se procura. Talvez exista e acompanhe, mas se guarde, para quando, na casa arrumada e na vida que vai se seguindo, um sentido efêmero crie paz.

1 comment:

Natalia said...

amiga, tenho tanto orgulho de você e acredite - não é bajulação - todos os mundos são seus (só não esquece de guardar um pedaço pra mim neles). <3